14/06/2013 10:40:32
Lívia Louzada
“A sociedade tem que se organizar e exigir dos poderes públicos, que a cultura seja vista como uma questão estratégica, social e humana, e não só como entretenimento, porque a responsabilidade não é só dos governantes”. Foi essa a conclusão que a coordenadora do Ponto de Cultura - Núcleo de Exibição Itinerante de Rio Bonito, Renata Mansour tirou depois da participação no 1º Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária, que aconteceu entre os dias 17 e 22 de maio, em La Paz, na Bolívia. Ela representou Rio Bonito, que foi um dos cerca de 30 Pontos de Cultura do Estado, e um dos 300 do Brasil selecionados para ir ao Congresso com mais 16 países. O resultado foi a formação de uma Frente Parlamentar Latinoamericana, para impulsionar a aprovação de políticas públicas sobre Cultura Viva no continente.
Segundo Renata, a experiência foi excelente, já que foi possível ter contato com outros núcleos culturais e debater desde a desburocratização da cultura, passando pela prestação de contas de grupos culturais, até o incentivo que os governantes precisam dar aos profissionais ligados à área. Apesar de ainda não ter elaborado novas estratégias para aplicar as experiências adquiridas no Congresso, ao Ponto de Cultura de Rio Bonito, Renata já sabe como pode ser mudada a visão sobre a cultura na cidade.
“Penso que o poder público deve procurar saber qual a demanda dos profissionais da cultura em Rio Bonito, ouvir do que eles precisam e procurar descobrir qual o conceito que a cidade pode explorar da cultura, se é de entretenimento ou de desenvolvimento. Mas a protagonização é da sociedade, o Estado só dá a resposta a sociedade”, sugeriu.
Estiveram presentes no congresso, aproximadamente dois mil representantes de instituições culturais, além dos representantes dos Ministérios da Cultura do Brasil, Peru, Colômbia, Costa Rica e Bolívia, além da presença de gestores da Argentina, Chile, Equador e Uruguai. Quem também estava presente no congresso era a deputada federal e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Jandira Feghali.
“Nossa intenção é debater não só o orçamento dos países, mas a aplicação de 1% dos recursos previsto pela Unesco, seus possíveis financiamentos, e ajudar na construção de modelos de políticas para a área cultural”, disse a deputada.
Cultura Viva
A ideia do congresso surgiu a partir de um projeto do Governo Federal brasileiro chamado Programa Cultura Viva, criado há 10 anos, pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil. O Cultura Viva procura fortalecer o protagonismo cultural na sociedade brasileira, valorizando as iniciativas culturais de grupos e comunidades, e desta forma, ampliar o acesso aos meios de produção, circulação e fruição de bens e serviços culturais. Para conseguir esses objetivos, o projeto criou como base de disseminação, os Pontos e Pontões de Cultura que existem pelo país, como por exemplo o de Rio Bonito, que exibe filmes de forma itinerante pela cidade.
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